30 de junho de 2013

Do Pó Ao Absurdo


Fora dito que tudo estaria conectado,
Que a poeira das estrelas seria o espelho de todo deus,
Que o infinito constrói seu inconstante fardo,
E que o sopro da morte era apenas meu.

Em algum lugar haveria um jardim
Com belas lápides e epitáfios,
Onde a esperança não teria fim,
E a vida, nem tanto assim.

Haveria então uma enorme macieira
Conectada há séculos por raízes e alma,
Alimentada por anseios mortos em trincheira
De todos os universos em aparente calma.

Árvore tal cada vez mais forte,
Se alimentando do caos,
Se fortificando na morte.

Fora visto, eram os frutos perfeitos,
Carregados de sangue e de medo
De cada morte que aflige o peito.

Fora sentido, por conclusão,
Que viver nada mais era que desesperador,
Que a eternidade reside, então,
Em cada universo sem criador.



Mal Estar

Te quiero, como un chico de 5 años que empecinadamente desea ese juguete en la vidriera, te quiero ahora, acá, en este momento, que si venís ahora tu cara reflejada en mi, va a tener un sabor diferente.

Te quiero, no te amo, te deseo, pero no te amo, tu libertad es la mía también, tus ojos son los míos también, te quiero, no libremente ni con sanidad, sino con la mas extraña sinrazón, con el mas amargo deseo que no se puede cumplir.

Es esta distancia, la ala que sobre mi cielo derrumba mil razones para no vivir mi vida, y si vivir sueños, los tuyos y los míos mezclados.

Es esta distancia, ese no en la cara del padre que niega a gastar plata para un juguete sin sentido.

Es esa flecha que me atraviesa y me deja clavada, estancada, en una punta del cuadrado vacío de mi existencia, sin poder ir hacia adelante, sin poder retroceder, solo viendo todo y todos pasar a lo lejos, como una mariposa ajena al mundo pero castigada al estar sumergida en el, cuando yo, mariposa errante, solo quiero estar sumergida en tu piel, en tus ojos, en tu pelo, escondida en la luna perdida de tu oreja, en tu sangre, y protegida en tus manos…

Te veo acá ahora, sentado en una silla imaginaria, lanzándome una mirada verdadera, estas acá, sumergido en mi piel, en mis deseos, en mis pensamientos, tan latente como la sangre que vibra bajo mi carne, mas vivo que yo, mas vivo que las personas que corren frenéticas a mi alrededor, mas vivo aun, que las millones de vidas que sucumben al mundo, mas real que todas estas cosas verdaderamente sin sentido que me obligan a hacer, como precepto social, como regla verdadera para triunfar, mas vivo que las mentiras, que las verdades, mas vivo que la realidad de cristal que a todos nos ahoga en su brillo de luz mentiroso.

Vivo y acá, en mi cabeza y en cada esquina, cada lugar, cada persona, vivo…

Retirado de: Mamihlapintapai 

19 de junho de 2013

A Escola de Atenas, de Rafael Sanzio.

Hoje, resolvi escrever algo um pouco menos poético e um pouco mais histórico.

Desde sempre, a história da Filosofia me foi muito fascinante, e são raros os seus pensadores que não me transmitem alguma forma de interesse.

Durante meus estudos universitários, tive a oportunidade de ter várias disciplinas de Filosofia, e numa delas, fui apresentada a uma das obras mais perfeitas, no sentido artístico, filosófico e histórico possíveis, e gostaria de compartilhar um pouquinho dela aqui:

"A Escola de Atenas"


Papa Julio II
Trata-se de um afresco pintado por Rafael Sanzio, pintor do período da Renascença italiana, encomendado pelo Papa Julio II e elaborado entre 1509-1511. Nela, Rafael idealizou um encontro dos filósofos clássicos, numa referência à Academia de Platão. A obra é de uma genialidade impressionante. Não apenas representando os pensadores, Rafael foi capaz de apresentar aos apreciadores da sua obra um resumo de toda a história da Filosofia, através do posicionamento dos representados na pintura. Nada é por acaso. Cada movimento, cada gesto, cada objeto tem o seu propósito e foi obtido após muito estudo. Alguns dos filósofos representados são: 





  • Platão e sua crença na divisão do mundo em Mundo das Ideias (Conhecimento) e Mundo dos Sentidos (Representações). É colocado no centro do afresco, segurando seu famoso livro Timeu, e apontando para o alto, numa representação do Mundo das Ideias; 
  • Aristóteles vem logo ao seu lado, e além de segurar o seu Ética a Nicômaco, aponta para a Terra, numa representação de sua crença no conhecimento metafísico e experimental. Suas feições são uma homenagem a Leonardo da Vinci; 
  • Orfeu, Deus da Música e da Lira, é representado através da Coluna lateral do afresco. A coluna representa metaforicamente o local sob o qual foi construída a Filosofia na antiguidade; 
  • A criança próxima representa Dionísio e o culto a ele (ideia de morte e renascimento);
  • Pitágoras, o famoso matemático, também é representado na obra. Para ele, os números constituem a natureza do mundo, estando no Dualismo a explicação para todas as coisas (Bem/Mal, Belo/Feio...);
  •  Heráclito, que na obra leva o rosto de Michelângelo, representa os Milesianos, que acreditavam que nada pode ser entendido sem o seu oposto. Haveria uma mudança nas coisas, não permanecendo elas como estão. Exemplificavam com a metáfora do rio, que aparenta ser o mesmo, mas suas águas se modificam a todo instante. A postura de Heráclito no afresco demonstra exatamente isso. Até a cintura, parece imóvel, mas a posição de suas pernas indicam movimento; 
  • Parmênides, representando os Eleatas, opostos aos Milesianos. Acreditavam no "Imobilismo". O movimento seria ilusório. Tudo parece estar em movimento, mas permanece constante. A sua postura no afresco é oposta à de Heráclito.


Abaixo, uma imagem mais didática da obra, com referência a estes e outros filósofos clássicos:















1: Zenão de Cítio ou Zenão de Eléia 2: Epicuro 3: desconhecido (acredita-se ser o próprio Rafael)11 4: Anicius Manlius Severinus Boethius ou Anaximandro ou Empédocles 5: Averroes 6: Pitágoras 7: Alcibíades ou Alexandre, o Grande 8: Antístenes ou Xenofonte 9: Raphael,12 13 Fornarina como uma personificação do Amor14 ou ainda Francesco Maria della Rovere 10: Ésquines ou Xenofonte 11: Parménides 12: Sócrates 13: Heráclito (Miguelângelo). 14: Platão segurando o Timeu (Leonardo da Vinci). 15: Aristóteles segurando Ética a Nicômaco 16: Diógenes de Sínope 17: Plotino 18: Euclides ou Arquimedes acompanhado de estudantes (Bramante) 19: Estrabão ou Zoroastro (Baldassare Castiglione ou Pietro Bembo). 20: Ptolomeu
R: Apeles (Rafael). 21: Protogenes.

Este afresco se encontra exposto na Stanza della Segnatura, no Vaticano, local em que se acham os mais famosos afrescos de Rafael.

Stanza della Segnatura, Vaticano.
Sinto pela impossibilidade de se abordar o afresco de maneira mais pormenorizada em um pequeno texto no blog, todavia, creio ser uma obra que deveria ser estudada mais profundamente pelos que virem nela algum interesse. Demonstra não só a genialidade de seu criador, como toda a magnificência da Filosofia ao longo do tempo.









Referências:

17 de junho de 2013

Utopicamente.




 Bem que meu direito de escolha poderia ir além das fronteiras gravitacionais...
Atingir patamares inimagináveis, planetas inabitados, galáxias distantes.

Eu ficaria contente se pudesse, às vezes, simplesmente sair de férias, com uma passagem extraterrestre, e passar  por um período sem prazo, rodeada de seres verdes e fisicamente estranhos, que não me entendessem nem em gestos.

Seria muito bom se eu pudesse escolher em que planeta viver, ou até mesmo não escolher planeta nenhum.
Orbitar ao redor deles todos, sem gravidade e sem pressa, apenas deixando-me flutuar no espaço infinito.


Bem que meu direito de escolha poderia ir além das fronteiras gravitacionais... e não apenas ultrapassar a barreira da minha própria imaginação poética.






Por Bia de SouZa.


Imagens:
noticias.uol.com.br 
tecnocientista.info
esterostrilogia.blogspot.com
www.meupapeldeparedegratis.net 

16 de junho de 2013

Delírios de uma escória (segunda crise)

por Jéfferson Veloso.


O povo acordou da insônia maldita
E repressão alguma os colocará em sono novamente
                           No final do dia, o Pôr do Sol virá em tons de vermelho.

---

 ... e no sétimo dia, eLe se arrependeu de ter criado  homem, e então parou de criar coisas...

---

Pedaço de poeira cósmica de um vasto universo sem fim

Grãos e grãos de indigentes que são parte de um todo
Divisão de partes, união de nada.
E cada um criando sua própria versão.
Indigentes
Insolentes
Indignados com a regra criada por si próprios
Cada um por si e um leão para todos.

---

Fazer o que eu fiz, sem saberem quem eu sou ou o que eu fiz
Esse parece ser o prêmio de quem vence na vida.
Jogo individualista.

---


Eu decidi de qual lado do escudo protetor eu quero estar.
E desse lado do escudo, o poder é maior
poder da massa
poder do povo
Poder de não ter nada a perder
Esse é o poder que nos foi dado por quem acha que tem poder
Envolvidos em armaduras de colarinho branco
Obrigado por nos entregar o poder
Poder de não poder

Poder de fogo não é poder
É a prova do medo de perder o poder quem sequer tem poder.


Mesmo quando calarem nossa boca
Mesmo quando cegarem nossos olhos
Mesmo quando bloquearem nossa audição
Mesmo quando tirarem nossos movimentos físicos
Ainda não perderemos a luta
Por que eles não podem tirar o que sentimos
Nossa consciência será a arma.
Nem tudo está perdido 
em uma mente otimista.



Eles não se importam
Ninguém se importa
Viver um futuro obscuro com um presente banhado em merda
Você ouviu?
Alguém anda escrevendo gritos que não se podem ouvir
Piadas que não se pode rir
Sonhos que não fazem sorrir
Logo logo será mais uma lâmpada apagada
Jogada dentro da caixinha
Pronta para ser usada com seu único propósito na qual foi feita.

Se esta lâmpada soubesse que tem mais poder para queimar do que para iluminar
A diferença existiria.

---

A realidade é triste
Se alguém é feliz hoje, é porque vive de sonhos.

---





Somos mais um tijolo no muro
Somos mais um degrau na escada
Somos mais uma lâmpada no escuro
Mais um nada no meio do nada.


13 de junho de 2013

Queria uma Chave Mágica.



Queria uma Chave Mágica.
Uma Chave capaz de abrir-me o mundo,
E fechar-me o coração.

Capaz de me dar a chance de trilhar os caminhos mais tortuosos,
Sem me preocupar com os cuidados que os sentimentos requerem.

Queria uma Chave Mágica.
Que me mostrasse o quanto é bom me deixar levar pelas ondas do mar,
Mas que me advertisse que nas águas marinhas há o canto das sereias.

Queria uma Chave Mágica.
A Chave que me trouxesse todas as realizações de uma garotinha sonhadora e esperançosa,

E que deixasse trancada, numa Caixinha de Pandora,
Todos os medos oriundos dos pesadelos de criança.



Por Bia de SouZa.
 Imagem: http://cafe-com-ciencia.blogspot.com.br/2013/03/controle-comportamental-e-liberdade.html

10 de junho de 2013

Calma

Fue un sueño quizá, quizá no, no sé.

Estaba en tu casa, llovía, como dicen por acá, a cantaros.

Se rebelaba el cielo contra nosotros, se daban vueltas sus nubes grises para arrojarnos con toda su fuerza, sus lágrimas, lágrimas…

El agua quería poseer nuestro cuerpo, por las rodillas amenazaba  y amenazaba al compás del viento que la empujaba hacia nosotros.

Y nosotros, a nosotros no parecía importarnos, cambiábamos mates con palabras y miradas. Y el mundo daba vueltas, se sentían  gritos, y mujeres que salían desesperadas de todas las puertas que tenía esa habitación amarilla, con sus escobas,  y baldes intentaban sacar el agua, y el agua, soberana sobre ellas, sobre nosotros inconscientes.

Fue un sueño, me dijiste, pero no sé, no estoy tan segura.

En mi mundo, de hecho, hay dos mundos, uno sumergido en el otro, como el barco en el mar, como el hombre ahogado,  en lo profundo del mar.

Estos mundos, paralelos, pero no iguales. Uno el que nos enseñan a tener, a apreciar y a conocerlo, y claro está, a vencerlo.

El otro, el que cree con el tiempo, junto al tiempo. Un mundo donde un árbol, no es solo un árbol, sino un alma perdida en forma de tronco con hermosas hojas verdes colgando y besando al viento.

Me dijiste, a vos te gusta la lluvia no? Capaz sea por eso.

Y claro, el mundo caótico que parecía, no estaba en realidad caótico, sino, en paz, en harmonía, llovía hasta taparnos los huesos, y todo calmo entre los mates y las palabras y las miradas, todo calmo, solo una llovizna de paz sobre nosotros que caía, suave como el agua en la yerba, y la yerba se entregaba se nutría de esa agua, así como yo a vos, así como, vos a mí.

No fue un sueño, no, o por ahí si quien sabe. Te tengo a vos, ni que sea a la distancia, te tengo a vos y eso es mas real que un sueño pero inexistente como lo son los hombres mismo, entonces que fue? Una realidad paralela al tiempo, capaz…


5 de junho de 2013

(Piloto)

Por Bia de SouZa



Ela acordou com um sobressalto. O sol iluminava parte de seu rosto, raiando por entre as frestas da cortina. Levantou-se depressa e olhou pela janela. Tudo ainda estava ali. A floresta, o orvalho quase seco, os pássaros negros brilhantes. E olhando para dentro do aposento, ela viu que tudo também estava como antes. A pequena casinha de madeira. "Pequena e de madeira" porque nada mais era do que uma casa dentro de um grosso tronco de árvore milenar. E lá ela se encontrava, sozinha. Mais uma vez.

Rangidos foram ouvidos e a porta se abriu. Ele entrou. Alto, de cabelos loiro avermelhados, na altura dos ombros, presos delicadamente acima das orelhas, deixando-as à mostra. Mal cabia dentro da casa, algo que a deixava nervosa e ao mesmo tempo achando graça.

- Você acordou - ele disse, estendendo-lhe uma cumbuca com um líquido verde.

- E você está novamente me dando esse "negócio" nojento para beber - ela retrucou, tampando o nariz com os dedos.

- Ou era isso, ou o outro "negócio nojento azul berrante" - ele riu com a lateral dos lábios - Acho que verde combina mais com você.

Ela não respondeu e virou o conteúdo da cumbuca garganta abaixo de uma só vez. Aquilo conseguia ser pior do que o negócio nojento azul berrante. A ânsia foi imediata, mas ela a conteve.

- Você realmente quer me matar. Certeza.

Ele apenas caminhou em direção à janela e olhou para fora. Permaneceu ali por alguns instantes, enquanto ela o observava. A respiração estava serena, mas ela pôde perceber os músculos dos seu pescoço se contraírem. Foram apenas alguns segundos, mas ela não podia deixar de notar. Então, ele também estava apreensivo, ela pensou. Isso a confortava, de certo modo.

- Talvez devamos partir - ele disse, por fim, fechando a cortina atrás de si - O sol nos dará uma boa vantagem. Será mais seguro com ele acima de nós.

- Tudo bem, vamos.

Ela caminhou em direção a uma pequena mesa formada por galhos retorcidos da grande árvore e pegou a sua mochila vermelha. Começava a achar que ela era muito chamativa para quem tinha um caminho tão tortuoso pela frente, mas não tinha tempo para discutir aquilo. 

E num movimento lento, ela pegou o Livro.

- Por que Ele tem que ser tão pesado? - ela resmungou, colocando-o com muito cuidado dentro da mochila.

- O peso é proporcional ao conteúdo, você sabe - ele respondeu, colocando as mãos nos ombros dela - E se considerarmos o nosso futuro, imagino que logo, logo, eu mesmo terei dificuldades em levá-lo conosco.

Ela assentiu, sabendo que o que ele dizia era verdade. O livro se tornaria uma rocha incapaz de ser manuseado livremente. Eles tinham que agir depressa.

Ela deu uma última olhada no pequeno lugar por onde nutriu um apego em tão pouco tempo e saiu para a luz do dia.

Os raios de sol iluminaram-na por completo, cegando-a por alguns instantes. Percebeu que ele estava ao seu lado e a olhava atentamente.

- Você está pronta - ele afirmou - Sabe exatamente o que fazer.

Ela engoliu seco, concordando. Sabia exatamente o que fazer, ainda que fosse uma série de coisas completamente impensáveis a qualquer ser normal. E havia, dentre elas, "a" coisa.

- E se eu dormir? Como vou saber para onde iremos?

Ele deu um passo em sua direção, ficando a centímetros do seu corpo.

- Você não vai dormir - sussurrou - Mas se acontecer... Saberemos o que fazer.

Ele pegou suas mãos finas e frias e envolveu as dela num aperto caloroso e firme. Então, guiou-a para o lado            oeste da floresta, em direção ao sol. Iniciavam um caminho longo, tortuoso e cheio de surpresas. Mas ela se sentia bem. Bem o bastante para saber que ele a protegeria.


2 de junho de 2013

Delírios de uma Escória.



Escórias do mundo também têm direito de resposta.
Então, deixem-me falar (ou melhor, escrever):




         "Faço parte de um jogo chamado vida. Ele começa quando você nasce, e termina quando você morre. Simples. A dica é nascer no berço de quem pode pagar. Boatos dizem que seu poder vem da capacidade de sugar a força do outro e fazer dessa força uma energia única e concentrada. Sorte jornada!"







Não sei mais o que achar errado nessa vida. Encontre um erro, e este te direciona a vários outros erros. Até você saber que o errado era você. E você erra junto com o erro. Divertido, não?





O que é certo?
O que é errado?






                Nascer, crescer, entrar para a escola, se formar, entrar para a faculdade, se formar, arrumar um bom emprego, subir de cargo, instabilizar-se financeiramente, reproduzir e morrer. E não se esquecer de pagar as contas antes do vencimento.
Diante desse processo da vida, vejamos um relato:

"Hoje vi um morador de rua. Mentira, vejo vários moradores de rua. Mas, dessa vez, este me chamou a atenção. Ela estava deitado por cima do lixo espalhado na calçada, clamando por ajuda, pedindo por um prato de comida. Um prato de comida.
Um prato de comida.
Um prato de comida.
Não era um simples trocado.
Não era um pastelzinho de lanchonete
Era comida.
Estou acostumado em não ter uma picanha mal passada no meu prato.
Mas ele estava acostumado por não ter nada no prato. Muito menos o prato."
 Senti pena dele
 E me senti errado por ter pena
 A pena não matará sua fome
 A pena sem ajuda apenas o ajudará a matá-lo amanhã.


                                                                           

Se alguém me perguntar o que eu quero da vida, terei certeza e orgulho de dizer que não sei.
Não sei se quero proteção.
Não sei se quero do bom e do melhor.
Não sei se quero ser de esquerda ou de direita.
Não sei se quero viver.
Mas se eu continuar vivendo,
 que eu viva da incerteza do amanhã
e que isto me torne mais forte.
E que essa força me faça chorar
E que em cada lágrima, haja esperança
E uma coisa puxa a outra
Se fosse dono da verdade, a verdade talvez não existiria.



 
Quem sou eu para dizer o que sinto?
                                                         Apenas uma escória que resolveu pular do abismo. 
                                                       Antes preso em uma sela escura.
                                                     Impedido de descobrir que depois do abismo, todos sabiam voar.

Talvez o sentido da vida seja realizar a procura do sentido da vida.