2 de junho de 2013

Delírios de uma Escória.



Escórias do mundo também têm direito de resposta.
Então, deixem-me falar (ou melhor, escrever):




         "Faço parte de um jogo chamado vida. Ele começa quando você nasce, e termina quando você morre. Simples. A dica é nascer no berço de quem pode pagar. Boatos dizem que seu poder vem da capacidade de sugar a força do outro e fazer dessa força uma energia única e concentrada. Sorte jornada!"







Não sei mais o que achar errado nessa vida. Encontre um erro, e este te direciona a vários outros erros. Até você saber que o errado era você. E você erra junto com o erro. Divertido, não?





O que é certo?
O que é errado?






                Nascer, crescer, entrar para a escola, se formar, entrar para a faculdade, se formar, arrumar um bom emprego, subir de cargo, instabilizar-se financeiramente, reproduzir e morrer. E não se esquecer de pagar as contas antes do vencimento.
Diante desse processo da vida, vejamos um relato:

"Hoje vi um morador de rua. Mentira, vejo vários moradores de rua. Mas, dessa vez, este me chamou a atenção. Ela estava deitado por cima do lixo espalhado na calçada, clamando por ajuda, pedindo por um prato de comida. Um prato de comida.
Um prato de comida.
Um prato de comida.
Não era um simples trocado.
Não era um pastelzinho de lanchonete
Era comida.
Estou acostumado em não ter uma picanha mal passada no meu prato.
Mas ele estava acostumado por não ter nada no prato. Muito menos o prato."
 Senti pena dele
 E me senti errado por ter pena
 A pena não matará sua fome
 A pena sem ajuda apenas o ajudará a matá-lo amanhã.


                                                                           

Se alguém me perguntar o que eu quero da vida, terei certeza e orgulho de dizer que não sei.
Não sei se quero proteção.
Não sei se quero do bom e do melhor.
Não sei se quero ser de esquerda ou de direita.
Não sei se quero viver.
Mas se eu continuar vivendo,
 que eu viva da incerteza do amanhã
e que isto me torne mais forte.
E que essa força me faça chorar
E que em cada lágrima, haja esperança
E uma coisa puxa a outra
Se fosse dono da verdade, a verdade talvez não existiria.



 
Quem sou eu para dizer o que sinto?
                                                         Apenas uma escória que resolveu pular do abismo. 
                                                       Antes preso em uma sela escura.
                                                     Impedido de descobrir que depois do abismo, todos sabiam voar.

Talvez o sentido da vida seja realizar a procura do sentido da vida.



Um comentário:

  1. Muito triste, talvez o mais triste de todos os seus textos.
    Não quero dele expressar opinião sobre o conteúdo, especialmente porque acho que meu último texto talvez já diga muito do que eu poderia escrever, aqui.
    Só digo que, ainda que triste, continua com sua habitual poesia ao escrever,e isso torna seus textos diferentes, peculiares.
    Torna-os seus.

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