30 de junho de 2013

Do Pó Ao Absurdo


Fora dito que tudo estaria conectado,
Que a poeira das estrelas seria o espelho de todo deus,
Que o infinito constrói seu inconstante fardo,
E que o sopro da morte era apenas meu.

Em algum lugar haveria um jardim
Com belas lápides e epitáfios,
Onde a esperança não teria fim,
E a vida, nem tanto assim.

Haveria então uma enorme macieira
Conectada há séculos por raízes e alma,
Alimentada por anseios mortos em trincheira
De todos os universos em aparente calma.

Árvore tal cada vez mais forte,
Se alimentando do caos,
Se fortificando na morte.

Fora visto, eram os frutos perfeitos,
Carregados de sangue e de medo
De cada morte que aflige o peito.

Fora sentido, por conclusão,
Que viver nada mais era que desesperador,
Que a eternidade reside, então,
Em cada universo sem criador.



Um comentário:

  1. Não sei se fará sentido, mas ler seu texto me causou um conforto e uma identificação tão grande à primeira vista, que ainda que fazendo uma releitura, eu tenha percebido todo o desespero contido nas palavras rimadas, ele ainda me continuou de uma beleza reconfortante.

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