16 de junho de 2013

Delírios de uma escória (segunda crise)

por Jéfferson Veloso.


O povo acordou da insônia maldita
E repressão alguma os colocará em sono novamente
                           No final do dia, o Pôr do Sol virá em tons de vermelho.

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 ... e no sétimo dia, eLe se arrependeu de ter criado  homem, e então parou de criar coisas...

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Pedaço de poeira cósmica de um vasto universo sem fim

Grãos e grãos de indigentes que são parte de um todo
Divisão de partes, união de nada.
E cada um criando sua própria versão.
Indigentes
Insolentes
Indignados com a regra criada por si próprios
Cada um por si e um leão para todos.

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Fazer o que eu fiz, sem saberem quem eu sou ou o que eu fiz
Esse parece ser o prêmio de quem vence na vida.
Jogo individualista.

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Eu decidi de qual lado do escudo protetor eu quero estar.
E desse lado do escudo, o poder é maior
poder da massa
poder do povo
Poder de não ter nada a perder
Esse é o poder que nos foi dado por quem acha que tem poder
Envolvidos em armaduras de colarinho branco
Obrigado por nos entregar o poder
Poder de não poder

Poder de fogo não é poder
É a prova do medo de perder o poder quem sequer tem poder.


Mesmo quando calarem nossa boca
Mesmo quando cegarem nossos olhos
Mesmo quando bloquearem nossa audição
Mesmo quando tirarem nossos movimentos físicos
Ainda não perderemos a luta
Por que eles não podem tirar o que sentimos
Nossa consciência será a arma.
Nem tudo está perdido 
em uma mente otimista.



Eles não se importam
Ninguém se importa
Viver um futuro obscuro com um presente banhado em merda
Você ouviu?
Alguém anda escrevendo gritos que não se podem ouvir
Piadas que não se pode rir
Sonhos que não fazem sorrir
Logo logo será mais uma lâmpada apagada
Jogada dentro da caixinha
Pronta para ser usada com seu único propósito na qual foi feita.

Se esta lâmpada soubesse que tem mais poder para queimar do que para iluminar
A diferença existiria.

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A realidade é triste
Se alguém é feliz hoje, é porque vive de sonhos.

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Somos mais um tijolo no muro
Somos mais um degrau na escada
Somos mais uma lâmpada no escuro
Mais um nada no meio do nada.


Um comentário:

  1. Como disse antes, eu fico muito triste ao ler esses poemas... Não porque não goste deles, mas por perceber a quantidade de coisas verdadeiramente ruins existem e são transformadas em poesia através deles...
    Um misto de maravilha e escória, é o que vejo nesse poema.
    Mas creio que a Arte se faz bela até mesmo valendo-se de "socos no estômago" como estes.

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