18 de dezembro de 2014

CVII - Loja de conveniências

Um homem, quando ama uma mulher,
Nela está a buscar o que a ele agrada,
Chamando-lhe, por isso, "minha amada"
Como se esta fosse um prêmio qualquer;

Quando uma mulher a um homem ama,
O faz por mor prazer e por vaidade
Ao crer que este ser é, na verdade,
Quem lha deseja e por ela clama.

O amor é a moeda do presente
Que compra mor prazeres e desejos
De homens e mulheres descontentes;

Trocamo-las por vis e meros versos,
De idílios que, à vaidade inerentes,
 Transformam-nos além do que sonhamos.

A.P. - 18,12,14

Metamorfose de Narciso, de Salvador Dalí - 1937

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