Ele estava deitado, olhando para o teto. Já nem mais o via, tamanha era a sua identificação com ele, nesses últimos dias. Olhava-o fixamente, sem vê-lo realmente, deixando o pensamento vagar para outros lugares.
Para ela.
Por mais que tentasse, não conseguia explicar para si mesmo aquilo que passara a sentir por aquela garota. De repente, ela simplesmente estava ali, presente em sua vida e ele não conseguia entender nem mesmo de que lugar ela havia saído.
Diferente.
E, mesmo assim, ele não conseguia conter seus instintos. Sentia-se atraído por inúmeras outras mulheres (algumas nem poderia chamar de "mulher". Eram apenas meninas...), relacionava-se com essas tantas outras, sentindo-se pleno, extasiado em sua masculinidade e potencial. Era como exemplificar a função de um ímã: ele se via atraído perdidamente pelos polos opostos, e via-se grudando a eles de um jeito instintivo e natural, sem que houvesse qualquer explicação plausível, salvo a própria natureza das coisas.
O que o deixava perdido e sem chão era que, sempre que deitava em sua cama, não conseguia de forma alguma dormir o sono dos justos, pois tudo o que fazia era ver aqueles enormes olhos de mel encarando-o, zombeteiros e simplesmente lindos.
Parecia, porém, que ele era o único que vinha se afetando diretamente com as próprias ações. Naquela noite, ele pensava em como aqueles lábios cor de uva eram os mais macios que já provara, e em como aquela pele alva, macia, arrepiava-se com mera menção de um toque. Tudo nela era naturalmente belo, sem esforços desnecessários e com a pureza de uma garota que aos poucos se descobria mulher. Notava, pelo que indicava seu inconsciente, que essas descobertas afetavam a ele também. Uma mudança no seu status de menino para homem. Ou seria o contrário?
Ele viu a luz do seu notebook piscar, seguida do som característico de uma nova notificação. Uma de suas conquistas recentes acabava de chamá-lo pelo chat, elogiando-o pelas últimas fotos que postara. No mesmo instante, o frio na barriga característico de todas as vezes em que pressentia um provável encontro o assomara, e ele retribuiu a ela o elogio. Conversaram coisas inúteis por alguns instantes, até que o papo tornou-se quente, e ela lhe disse que o visitaria, naquela noite.
Ele sorriu no escuro do quarto, digitando-lhe que a aguardava. Sabia que teria uma noite extremamente prazerosa, como foram as últimas duas.
Sabia, também, que ela não dormiria lá, nem mesmo usariam a cama dele. Ele sabia, com a sensação de quem leva um soco no estômago, que ao deitar naquela cama, tudo o que veria seriam olhos cor de mel e bocas de uva.
Imagens:http://www.tumblr.com/tagged/meia?language=fr_FR http://www.tumblr.com/tagged/fuma%C3%A7a?language=pt_BR http://cafesemcigarros.blogspot.com.br/2008/08/sobre-caf-e-cigarros.html |
E isso era uma das tantas coisas que apenas ele tinha conhecimento.
Por Bia de SouZa
Sem palavras, demais Bia!!!
ResponderExcluirAh...! Obrigada! :D
ExcluirAmei o blog, e principalmente este texto. SENSACIONAL, acho que é a única palavra que me vem agora para elogiá-lo!
ResponderExcluirObrigada, Gislaine! Fico muito contente mesmo por ter gostado do blog!
ExcluirNão deixe de acompanhá-lo! Escrevemos sempre... de tudo um todo. :-D
Mulher, passei a te amar mais ainda ao ler esse texto. Muito profundo e lindo, mas um lindo... diferente. Heh
ResponderExcluirÔ, amor, obrigada!!! Estava revendo as coisas bonitas que já escrevemos e passei por ele. Um dos que mais gosto! Que booooom que me ama mais ainda, porque é recíproco, haha! Também achei lindo. Mas um lindo... Diferente! 💙
ExcluirSem palavras, Bia.
ResponderExcluirObrigada, Dani <3
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