2 de junho de 2016

Papel Picado no Teatro dos Homens

Ao sair da jaula no trabalho, o homem exausto reflete: o dia, que leva embora meu tesão, fez o homem ver o homem.

Ao passar pelos homens na obra, o homem de fora observa: o dia, que nunca acaba de fato, fez o homem ler o homem.

Ao tragar no bar da esquina, o homem delirante resmunga: o dia, que amarga a cerveja e a vida, fez o homem fantasiar o homem.

Ao deitar solitária com o homem, a mulher aos prantos suplica: ó homem, que prostitui o dia, faça o homem, seja homem, sem fingir que o homem não se vê.


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