Artista não come
Pois mata sua fome
Na sua própria incerteza
De que sua arte sem nome
Banhar-se-á em bendita beleza
Pois mata sua fome
Na sua própria incerteza
De que sua arte sem nome
Banhar-se-á em bendita beleza
Artista não trabalha
Em sua luta diária
Por um cigarro de palha
E nas noites sem dormir
Stanislavski dizia e clamava
Seu teatro ideal de seguir
Artista?
Não vê o tempo passar
Em suas malditas imaginações astrais
Não ajuda com o futuro do país
Desenhando seus sonhos de arte e afins
Artista não é desse mundo
Não é desse tempo
É só mais uma folha no vento
No telhado de qualquer Raimundo
Cachê?
Artista quer um nome
E também quer arroz e feijão
Sua corrida é planejada
Para sua fama e seu pão
Cada um com sua cruz
Artista também é trabalho
Trabalho que encanta e seduz
Mas onde se rala pra caralho
Sem cultura não temos nada
Sem nada, nada sabemos
Cultura morta
Sociedade condenada
A viver
Na
Maldita
Rotina
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