30 de março de 2015

Felicidade estruturada

Por Jéfferson Veloso


Sentimentos são pura química Unindo moléculas de cada virtude Criando sensações psico-físicas Até que a onda a passe E o tempo mude Felicidade é criação forte Junção se sensações boas Quem a tem, tem sorte Tristeza que se vai Momento que se voa De prefixo a prefixo Sentimentos mudam arduamente Rezo então, onde me afixo: "Que a felicidade esteja presente" Presente de vida Felicidade pra dar Cobrindo feridas De quem se tem para amar Felicidade mantida Onde for... Com quem compartilhar.


Feniletilamina: responsável por provocar a sensação de bem-estar em nosso cérebro, pois ela pode acionar a liberação de dopamina, substância química do cérebro que causa a sensação de felicidade. Pode-se achar esta substância em chocolates.

20 de março de 2015

O desabrochar da rosa


Era um botão de rosa
Fechado e pequeno, sem desabrochar-se
Por assim ser feliz
Mas veio a água da chuva, mostrando-se amiga
Dando amor e possibilidade de aquele botão abrir
Ele sentiu medo, receio do amadurecer
De ser igual a tantos outros botões abertos
Mas apaixonou-se pela água da chuva
Seu carinho tão cálido
E transformou-se na mais bela flor ao amanhecer
Por tempos foi cultivada
E a água da chuva a amou
Mas num dia de sol qualquer
Uma chuva de repente caiu
E aquela linda rosa por fim despedaçou
Ficou ferida, sem pétalas, sem chão
Sentindo-se nua e sem frescor
Até notar em seu caule um pequeno raio de sol
Aquecendo seu interior
Dando-lhe uma direção
A rosa doente se reergueu, mas com medo da natureza
Tinha em si uma dúvida quanto às suas intenções
Mas confiou a sua beleza
Toda a sua renascença
Àquela força sem previsões
Tornou-se a mais bela e rubra rosa
Adorada e venerada
Simplicidade descrita em pétalas aveludadas e enebriantes
Exemplo para botões jovens e inexperientes
Era tão amável e cativante
Que irradiava luz tal qual o astro rei
Amarelo sol brilhante
Foi crescendo nessa rosa
Confiança em si mesma
Em ser bela e consagrada por sua autenticidade
Viu em si uma dádiva natural
Sem mentiras ou falácias
Apenas uma flor
Nova, fresca
Raridade
Acordou um belo dia
E sentiu-se um pouco estranha
Pois não mais se achava em seu jardim
Tinha sido podada
Num frasco colocada
Aprisionada num invólucro carmim
Desesperou-se e chorou, pela primeira vez em tempos
Tentando entender o ocorrido
Foi então que percebeu que o homem ao podá-la era apenas a natureza
Em outra múltipla faceta
Lembrando-a de que
Sua dúvida inicial era tão genuína
Quanto a origem de todo mal
Que a nós rodeia.

Bia de SouZa

17 de março de 2015

Fragmentações



A vida gira num labirinto
Teias, filtrando mais do que sonhos
Realidades
Passado e presente, juntos e tão distantes
Próximos sem toque
Memórias em pequenas lembranças

Vontade de felicidade
Necessidade de tranquilizar-se
Coração acomodado
Mente a todo vapor
Águas passadas
Medos de incompreensões
Futuros erros
Confusões sem motivo
Futuras
Passado marcado a ferro

Houve fogo
Incêndiou possibilidades
Hoje 
Gelo
Conforto
Desilusão na medida
Cicatrizante sentimento
De impossível entendimento

Amizade envolvida, projeções feitas
Sem pudor, com receio
De entender errado
Fazer o incerto
E apenas viver
A imagem que fazem de ti
E não o que se é

Essencialmente.




Por Bia de SouZa

16 de março de 2015

Eu, você, Todos

Por Jéfferson Veloso

Esporro jorrado do pai
Gozo alucinado da mãe
Ovo fecundado que sai
Vida que segue e se esvai

Somos o que estamos sendo
Sendo assim, assim será
Sem mais que mais sem menos
Caminhos que a vida dá

Viver é o segmento de reta
Entre dois pontos ligados
Nascendo no início traçado
Com a morte, que nos resta

Vivendo de forma maldita
Sobrevivendo com migalhas
Assim a humanidade caminha
Galhos que sustentam fornalhas

Somos filhos da Mãe Terra
Irmãos que não brincam juntos
Matam e morrem em conjunto
E alimentam mais a guerra

O Paraíso não irá chegar
Sem regar o jardim de casa
Desigualdade sempre reinará
Enquanto não pararem para pensar
Que desigualdade é um farsa

Nossa igualdade está na diferença.


8 de março de 2015

Sementes

Por  Jéfferson Veloso


Não se dá responsabilidade ao futuro
Quando não se tem jeito no presente
O fruto só virá a ser maduro
Sendo regado diariamente

Vejo pais esperançosos
Nas vitórias de seus filhos
Nada de errado, eu concordo
O trem apenas segue os trilhos

Mas de onde vêm esses trilhos?
De onde veio os tijolos dos templos?
Vocês sabem do que eu digo
Vêm dos malditos exemplos!

Pais
Não nos deem uma boa vida
Nos deem o caminho para conseguir sozinhos
Não nos protejam do perigo
Mostrem-nos que o perigo existe
Não nos peçam para amá-los
Deem motivos para serem amados

Não se cria o paraíso sem antes regar o jardim de casa.