20 de setembro de 2014

Quase Sempre, Nunca



Queria viver como ninguém
Amar como ninguém
Errar como ninguém
Mas o agora parece tarde demais

Queria sofrer, gritar
Se decepcionar
Dar socos ao vento até se esgotar
Mas o agora parece tarde demais

Ansiava sonhar, se assustar
Acordar aos gritos
Se aliviar
Mas a noite chegará tarde demais

Queria saber de tudo
Saborear cada verso
Cada som e cada prosa
Mas o apressado tempo
Sempre tarda

Queria explodir
Avermelhar o mundo inteiro com seu sangue
Adubar as mais imperfeitas raízes
Mas o relógio da bomba sempre se atrasa

Queria experimentar
Se sujar, enlouquecer
Não queria dormir
Mas já é manhã
E logo vem o sono

Queria parar o tempo e viver para sempre
Mas acabara de perceber
Que o para sempre está um passo adiante
Para sempre estará
E por mais que se corra
Ou até mesmo morra
Sempre se está atrasado

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