18 de setembro de 2014
Autorretrato
Falar de mim é mentir
Como escrever um poema
Como editar uma foto
Como uma paisagem na tela
Retrata essa vida artificial
Mentir como a arte permite
Como um homem de lata
Se enche de mentiras
Como uma carta de amor
Engana a quem escreve
E beija virtualmente a quem lê
Sou meio virtual,
Virtuoso
Tentando fugir da vida real
Mentindo pro mundo
Tapando o Sol com a peneira
Mas cá estou de cara limpa
Sem maquiagem
Sem sinal na área
Corpo e mente vazios
Danificados
Sou um cego no tiroteio
A procurar pela bala perdida
Bala doce de metálico amargo
Perfura o muro da pele e se desfaz
E já não são mais meus os olhos no espelho
Exausto antes mesmo da corrida
Engano a mim mesmo pra continuar
E ao olhar pro horizonte
Enxergo sonhos distorcidos
E me contorço a apontá-los
Sabe Deus quando, parti(rei)
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''Bala doce de metálico amargo
ResponderExcluirPerfura o muro da pele e se desfaz
E já não são mais meus os olhos no espelho''.
O espelho, para mim, nunca é real. Nunca mostra quem o olha de verdade. Como posso confiar numa imagem virtual?
Reflexo distorcido de uma verdade inalcançável.
Não... estes olhos que vê no espelho jamais serão os seus. E na busca pela bala perdida, bala doce já encontrada, só o que verá são "sonhos distorcidos", ca-óticos.
Não os olhos de verdade. Esses... nem mesmo você consegue enxergar. :)
Como diria Pessoa, o poeta é um fingidor. Nosaa arte é fingir!
ResponderExcluir"As mentiras da arte são tantas
ResponderExcluirSão plantas artificiais
Artifícios que usamos
Para sermos ou parecermos
Mais reais"
Problemas... Sempre Existiram - Engenheiros Do Hawaii