8 de outubro de 2013

Soneto oriental

"Um Oriente ao oriente do Oriente."
Opiário - Fernando Pessoa

Os mesmos de uma gueixa, acentuados
Nas pontas longas como dois floretes,
E ornado por vermelhos ramalhetes,
Teus olhos deixam os meus orientados.

O céu, p'ra onde eles são levados,
É um forte escarlate em gradientes
Tão belos quanto os céus nos horizontes
Que cercam o oriente, ensolarados.

Teu rosto, com os colos enevados,
Parecem finas louças sem banquetes,
Tão puras quanto o céu e seus tapetes.

Assim meus olhos seguem encantados,
Observando-lhe sempre calados,
Como se lessem clássicos chineses!

07,10,13

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