POETA LÍRICO
Como
o belo quadro
Posto
em desvantagem,
Detrás
a tua imagem
Desenha
outro quadro.
Se eu
venho pintá-lo
Com
meus pobres versos,
É
pra pendurá-lo
Em
meu universo.
De
cima lhe desce,
Em
tons de dourado,
Cobrindo-lhe
a face,
Teu
manto sagrado.
Olhando
Jesus,
Os olhos
cerrados,
Tão
tristes, sem luz
Estão
sombreados.
Aquele
que pode
Perfumes
sentir,
A
luz desta ode
Está
a refletir.
O
extremo dos lábios,
Num
gesto impreciso,
Esboça
sem sábios
Um
falso sorriso.
Descendo
uma a uma,
Sobre
o belo busto,
As
contas em bruma
Reluzem
de susto.
Impávido
o tronco
Exibe
o rosário,
Cobiça
do bronco
E
bravo corsário.
De
tão reluzente
Eu
vejo teu manto
Do
corpo, decente,
Cobrir-lhe
de encanto.
Vou
teu quadro belo,
Maria
tão pura,
Guardá-lo
singelo
Na
literatura.
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