5 de agosto de 2013

Por quê?

Por Bia de SouZa


Sinto-me triste. A cada pensamento, vejo-me circundada por um sentimento sufocante, uma angústia sem fim, que aperta meu peito e me deixa vazia.
Vazia de todas as possibilidades de bons pensamentos, de boas lembranças, de bons sonhos que me levariam ao futuro e me fariam feliz. Contrariando, sou puxada ao passado, ao obscuro pretérito da alma, onde nada pode ser mudado, onde tudo permanece sendo como é.

Triste.

 Estou cheia. De uma camada de piche, grudenta e pesada, sem uma pá decente para retirá-la, completamente enterrada num mar de dor. Um mar de mentiras, ilusões e desacertos, também repleto de inocência, como peixinhos que nadam sem saber da presença do predador.

Essa tristeza me afoga. No meu próprio emaranhado de lágrimas, jorradas de olhos tão tristes, criam uma maré infinita e sem fuga. Que me puxa, sempre, sempre para longe, para o meio do redemoinho de pesadelos criados por própria autoria.

Incessantemente.

E nesse complexo marítimo tão cheio de vazios é que nado sem rumo, sem força, sem esperança, perguntando-me a cada gole de água engasgada o por quê de não saber nadar contra a maré.

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