31 de julho de 2013

Espelhos

por Alexandre P. Sales (uma amigo de tantas datas que se resumiram em um dia)


Outro dia
Ao me olhar
No espelho
Vi a minha imagem
Refletida e ela sorria,
Mas o estranho
É que eu chorava.
Eu disse uma palavra
Dura para ela
No entanto, ela só
Dizia que me amava;
Tentei convencê-la
De que nada valia
A pena ser que
Eu era;
Então, a vi se
Transformar
Em uma árvore
Totalmente nua, sem folhas
Com vários
Espelhos dependurados
Em seus galhos secos;
E nesses espelhos eu vi
Refletidas pequenas
Árvores se formando
Ainda,
Mas com folhas
Esverdeadas e já
Começando a florir;
Logo depois dessa
Visão,
A minha própria
Imagem reapareceu
Tal omo era;
Então a perguntei:
"O que eram aquelas
Pequenas árvores floridas?"
A imagem respondeu:
"São todos os seus sonhos
Que ainda não envelheceram."

Um comentário:

  1. Ah, como gostaria que o Alexandre visse que postamos seu texto, com os devidos créditos!

    Poema sublime, de uma sensibilidade concreta.

    Bravo! Bravo!

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