Por Bia de SouZa.
Era tão difícil...
Esquecer-se dos momentos inesquecíveis,
momentos marcantes, fortes,
mas em nada agradáveis.
De tempos em tempos, o relógio voltava a soar,
badalando e chiando,
revirando a memória à procura de tudo o que já se tinha esquecido.
Era tão agoniante...
Pensar sem querer, ver sem pedir,
procurar por tudo o que mais longe se queria ficar.
Saber que de nada adiantava fazer, pois a regra era
que tudo o que se mais queria matar, teimava em mais forte viver.
Era tão triste...
Alimentar-se do sofrimento próprio, dando-lhe pernas
cada vez maiores,
criando raízes de uma planta nascida em veneno.
Cultivar uma horta, cheia de medo e ansiedade,
por simplesmente não ter vontade de acabar com tudo de uma vez.
Era tão desesperador...
Uma dor com motivos, uma dor sem nova motivação,
sentimento profundo e cheio de insegurança,
vivendo nos cantos da alma, com espaço o bastante para
dominar toda a imaginação.
Era tão fictício...
Quanto tão verdadeiro,
uma mistura de sim e de não,
de verdade e criação,
um complexo tão grande e indecifrável que sobrevivia
tão completo,
num devaneio inventado, cheio de realidade.
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