18 de março de 2013

Quinto ato

 por Jéfferson Veloso.


                                           Prefácio

"Querida Margott,

 te escrevo hoje esta carta, na intenção de despedida. Despeço-me de você e do mundo inteiro. Desisti desse jogo. O 'tudo ou nada' nada mais me importa. Não encontrei outra saída.

PS.: não me responda.

Com carinho,
eu."

I-
    Acordo na manhã do primeiro dia de inverno do ano. Roupas minhas e suas jogadas em todos os cantos da sala onde, ali mesmo, dormimos. Minha vista ainda cansada percorre aquele espaço em que horas atrás foi cenário de uma foda fenomenal. O cheiro de sexo e vinho seco ainda está presente no ar e principalmente em meu corpo. Peças de roupa, garrafas de bebida alcoólica e preservativos eram prova de que tudo o que está passando em minha mente realmente foi real.  Mesmo assim, era como se eu estivesse acordando de um sonho, mesmo tendo a certeza de que tudo tinha acontecido. Tento fechar um pouco os olhos para pensar um pouco do que aconteceu ontem à noite. Mas ao virar a cabeça para o lado, vejo-a despertar, linda e delicada. Seu cabelo negro chanel contrastava perfeitamente com a sua pele morena. Era como uma recompensa para mim, aqueles lindos olhos se abrirem juntamente com seu sorriso ao me ver.
 - Bom dia, querido. - diz, com tom de bocejo.
 - Bom dia. Dormiu bem?
 - Nossa, melhor do que qualquer outro dia. Você ainda sabe satisfazer uma mulher, hein...
  Engraçado, em um breve momento, essa frase ecoou em minha mente.
"Você ainda sabe..."
"...ainda sabe..."
"...ainda sabe.."
  Para um pessimista, isto apenas seria apenas um mal dizer sobre sua idade, ou seja, estaria chamando-o de velho. Para um otimista, estaria dizendo o quanto era bom de cama, mesmo tendo alguns anos a mais. Deixando minha modéstia de lado, ainda digo que esse meu corpo de 42 anos 'ainda' conquista muito mais mulheres do que esses garotos de 24. E não faço esforço algum. Elas simplesmente vêm atrás de mim. Eu apenas aproveito da situação. Coisa normal para um oportunista, quente e calculista.
Mesmo sabendo que não vão valer mais do que uma simples noite de sexo para mim, elas simplesmente me adoram.
 - Você me deixou doidinha ontem... - sua voz me faz voltar ao mundo real.
 - Pequena...você ainda não viu nada. - digo isto enquanto cubro seu corpo com o meu.
 - Hum... - gemeu - não vi? Você ain...
  Beijo seus lábios carnudos antes dela terminar a frase, enquanto ela me abraça cada vez mais forte, fazendo-me encostar meu peito nu em seus seios ainda guardados em minha camiseta do AC/DC, mas com um leve destaque de seus mamilos. Seu abraço me fazia perceber cada vez mais que ela me queria 'dentro' dela novamente. E eu quero estar dentro dela.
  Vou descendo minha boca em direção a seu pescoço. O gosto do vinho seco que derramei nela na noite passada ainda está presente, mas vai diminuindo a cada lambida ou chupão que dou. Sua respiração ficando cada vez mais densa devido ao prazer era como êxtase para mim, e eu correspondia com beijos mais quentes e abraços cada vez mais fortes, a ponto de fazê-la arranhar minhas costas com suas grandes unhas. Enquanto eu roçava meu pau por cima de sua virilha, sua calcinha ficava cada vez mais úmida perante os movimentos que fazia por cima dela. E posso dizer que aquilo definitivamente não era apenas suor. Ela estava 'molhadinha' novamente...
  Mesmo sendo eu quem dava as direções no sexo, ela me deixava louco de prazer ao falar, ofegante:
  - Assim... acaba comigo... me come... vem se encaixar em mim, vem...
  Não penso em outra coisa senão a colocar sentada por cima de mim, para que eu possa tirar minha camiseta do seu corpo. Então, seu busto surge. E lá estão eles: redondos, fartos, perfeitos, como se estivessem me olhando, implorando por carinho. Melhor não deixá-los desamparados. Faço carinho com minhas mãos, amaciando-os suavemente, enquanto ela apenas sente com os olhos fechados em direção ao nada, com sua respiração cada vez mais densa. Para dar o tesão, abocanho o seio direito enquanto continuo com acariciando o esquerdo com a mão. Sinto uma respiração se transformando em pequenos gemidos. Sei que ela gosta disso. Depois de um certo tempo ela cai na cama, extasiada, com as pernas entrelaçadas em minha cintura. Parei um pouco para admirar aquela visão: cabelo jogados para o lado esquerdo, olhos entre-abertos em um rosto jogado para o lado direito, pescoço úmido, seios fartos, curvinhas da cintura, calcinha... calcinha? Por que não tirei você dela ainda?
  Coloco a música The Jack (AC/DC) para dar um clima a mais e então recomeço a beijar-lhe o pescoço; vou descendo até seus seios e dou mordidinhas carinhosas enquanto ela se contorce cada vez mais fortes. A cada movimento que ela faz, aproveito para descer cada vez mais em direção à sua calcinha. Antes de tirá-la permaneço um tempo beijando a parte interna de suas coxas, fazendo-a dar algumas reboladas quase que involuntárias.
  Em um só movimento tiro sua calcinha, o que a faz cruzar as pernas para esconder, digamos, o seu 'tesouro'. Com um pouco de força, abro suas pernas. Sem tirar meu olhar ao seu começo a beijar seus lábios, enquanto suas pernas esquentam minhas orelhas. Sua respiração densa se transformou por completo em pequenos gemidos e aumentavam cada vez mais a cada parte diferente em que eu direcionava minha língua. Tudo se destacava perfeitamente: virilha, clitóris, pequenos e grandes lábios, vulva... tudo aquilo estava sobre meu controle. Fica cada vez mais gostoso quando ela segura meu cabelo com as mãos e me direciona aos lugares na qual ela sente mais prazer.
  Agora estou deitado na cama, e ela está por cima de mim, fazendo os mesmo movimentos que acabei de fazer, mas sempre com seus olhos voltados aos meus. Seu olhar e seus movimentos mostram o quanto ela é insaciável. Por muito custo, percebo que a música parou de tocar. Então, e em sua homenagem, coloco Little Lover (também do AC/DC) para fazê-la sentir-se mais à vontade (se é que precisava disso).
  Nunca ninguém me tirou a cueca tão rápido quanto essa mulher. Se seu objetivo era me deixar louco de prazer, pode considerá-lo alcançado


continua...(ou não)

18 comentários:


  1. Impossivel comentar esse seu texto sem me deixar levar por sensações múltiplas e perigosas, que provavelmente me impediriam de dar uma opinião verdadeiramente racional.

    Mas como eu creio não se tratar nada de razão, aqui, mas do mais puro instinto literário e artístico, digo que se seu objetivo foi me deixar louca por mais, pode considerá-lo alcançado.


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    1. Eu tentei fugir de qualquer racionalidade possível ao criar essa parte do texto, para mostrar a total variedade de assuntos contida no blog, além de envolver a mente humana por um outro caminho. Que bom que obteve tais sensações, pois foi essa a real intenção que queria causar.

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  2. Esse texto me deixou curiosa pelo simples fato do jeito do cara. Sensacional.

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    1. Concordo. São inúmeros os aspectos sensacionais neste texto, mas creio que o "protagonista" (se é que posso chamá-lo assim) é quem conduz o leitor, com seu ritmo e fluidez.

      Daí a sensação de "quero mais", não é mesmo? ^^

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    2. Vou me esforçar ao máximo para fazer uma continuação o mais breve possível.
      Que bom que gostaram!

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  3. Uaal.. Ótimo texto, ta de parabéns !!

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  4. De sonho (fantasia), também se vive! As vezes sem nenhum paralelo com a realidade de quem escreve...A fantasia pode agradar muito mais.

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    1. De que valeria a realidade se não tivéssemos a capacidade de fantasiá-la, não é?

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    2. Verdade. Se nós mesmos,não arrancamos aplausos da platéia, então criamos um personagem que agrada...Vi neste texto, esta sua capacidade.

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    3. Pensei bastante nessas palavras, em relação a todo escritor.

      Não imagino a possibilidade de criação de personagens que agradam sem a possibilidade de que o autor também agrade. E isso simplesmente porque elas são fruto nosso, nossas filhas. Damos a elas conhecimento suficiente para que caminhem com as próprias pernas, invadindo a mente e os corações das pessoas que as encontram por aí, em livros, sites, revistas ou pequenos textos. Mas haverá sempre uma cordinha ligando a obra ao criador, para que a puxemos, se e quando necessário.
      De forma que agradar por um personagem é agradar por si mesmo. Como um ator (não a pessoa do ator, mas o profissional ator, que ao subir num palco arranca aplausos com a personagem,mas arranca aplausos não apenas para ela, mas também para si.)
      As personagens escritas são muito semelhantes. Damos a elas tanto aspectos bons, quanto ruins, mas tudo de forma pensada, criada, elaborada. Tudo depende da intensão.
      E aplausos por elas recebidos, nos são indiretamente repassados. Aplausos pela personagem, seja ela boa ou ruim (no sentido subjetivo, porque no objetivo ela sempre será boa ao receber aplausos) são o melhor elogio que se pode fazer ao autor. Pois demonstra, com muita razão, sua capacidade de agradar.

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    4. Mas verdade seja dita, senhor anônimo: mais vale dar a cara a tapas para o público em busca de aplausos do que viver a vida amargurada no anonimato.

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    5. É desconfortável para um leitor de fora, entrar em um círculo de família...
      Mamãe,papai,titia, maninha,amiguinho e amiguinha do primário.Sempre os mesmos aplaudindo.
      Acho melhor,ficar no anonimato.
      Quem não tem maturidade pra receber críticas com elegâcia, não deve publicar suas idéias, não é mesmo?
      Quando você crescer, não precisará de alguém que se mete a defensora dos fracos e oprimidos...

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    6. E é com a maior elegância que venho dizer que gosto da forma que você comenta, de verdade. Se pareceu que estou parecendo arrogante ou que não estou gostando de crítica, me desculpe. Eu só tento resolver na mesma moeda a forma que eu entendi a crítica que me veio a fazer, como um direito de resposta.
      Acompanhe o restante do blog, tem vários textos dignos de seus comentários.

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    7. Na verdade, eu não critiquei. Se prestar atenção no comentário, verá que a partir do momento em que elogiou o texto, elogiou o autor. No meu ponto de vista. Tenho o direito a um, como você tem o seu e eu respeito. Isso não foi crítica, foi uma reflexão pessoal sobre um comentário que achei pertinente. Se não achasse, nem mesmo perderia tempo de comentar.
      Quanto ao "círculo de família", não há problema algum em comentar algo de quem se conhece, assim como não há problema algum no fato de você, "um leitor de fora", como se diz, comentar. O que nada tem a ver com ser anônimo ou não. Aliás, não parece ser tão de fora assim, não é?
      De forma alguma críticas suas são mal vistas ou não bem vindas. Agora, se me permite, referir-se a uma amizade entre quem comenta o blog de maneira pejorativa, ou dizer que alguém precisa defender ou ser defendido por alguém é deixar de lado a elegância e partir para um tipo de comentário que parece que você mesmo repudia. Não há fracos e oprimidos, muito menos alguém que se mete a defensora dos mesmos. Há apenas pessoas que se conhecem, comentando sobre textos que as fazem bem. É sempre bom receber elogios de quem está perto, não tenha dúvidas.
      E no caso do seu primeiro comentário, não o encarei como uma crítica negativa, mas como uma bela forma de reflexão para todo e qualquer escritor.
      Refletir sobre as críticas feitas é uma maneira bem elegante de expressar opiniões. Ainda que sejam discordantes.
      E perceber que tem lido os textos do blog me faz pensar que, de alguma forma, eles tem sido úteis para você também.

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  5. Sr. Jefferson! Bingo!Parabéns pela resposta a altura de seu blog.Como você foi elegante com poucas palavras!Siga esta linha. Sem ser prolixo. Para não ficar tão "anônimo" assim, vou te dizer:Tenho 17 anos e sou muito conhecido aqui em Santa Catarina. Escrevo desde os 13 anos, uma coluna semanal em uma revista. Acompanho muitos blogs. Uma vez ou outra vejo seus textos.Muito bons!Mas isso não quer dizer, que não precisa melhorar (o português).
    Ps.: Não se dê ao trabalho de ficar justificando-se, a cada crítica que não te agrada.Nesta hora, não podemos ser tão "sensíveis".É desta forma que ampliamos nosso mundo e não ficamos só "em familia". Não se iluda!.Prá minha família, eu sou sempre "o melhor". Mas eu sei; tem muitos melhores do que eu. E como tem... É com estes que tenho que concorrer.
    Minha frase preferida: " Você não é, o único talento incrível!"
    Até a volta.

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  6. Oi, Jéfferson, meu nome verdadeiro é Kh100hxa. Sou do Planeta HAT-P-7b, leio seus textos vez ou outra e NÃO te conheço, juro. Mesmo assim posso jurar que as coisas que você escreve são fantasiosas, não tendo muito a ver com sua realidade, mesmo que eu não a conheça. Afirmo também que você não é uma pessoa maravilhosa, não quanto os seus textos são. A genialidade dos seus textos se deve ao fato que o grande Monstro do Espaguete Voador se apodera de sua humilde alma e de sua fraca cabecinha e escreve seus textos, mas como ele é a bondade em entidade, você é quem leva os méritos e publica-os aqui, em seu bloguezinho de família. Abraço.

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    1. Aliás, conversei com uma pessoa que te conhece (bem) de perto, e ela jura que você e sua realidade são realmente tudo o que aparentam ser. Quanta ingênuidade da parte dela. as aparências enganam e muito. Ela está cega pelos encantos do poderoso Fofão, a grande entidade do mal do meu planeta, equivalente ao chamado "bom senso", neste seu imundo mundo mundano. Ela me chegou a dizer o absurdo de que seria uma das suas inspirações, inclusive para este belo texto. Haha, charade she are! Eu também pensava assim, mas só depois percebi que etava sendo enganado por algo mais poderoso dentro da minha cabeça, e felizmente consegui me livrar dessas ilusões e agora posso vir com toda a clareza do universo para te mostrar A VERDADE. Até a próxima, amiguinhos.

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