2 de fevereiro de 2013

Coragem

por Bia Sz

Respirou fundo...
E num jorro constante, começou a palavrear:
- Você... Desde muito tempo tem iluminado meus dias,
ainda que tudo o que eu visse pela frente fossem as nuvens
cinzas de um dia chuvoso.
O seu jeito de andar displicente, como se o mundo fosse tão simples quanto
andar pela calçada e sentir a brisa balançar suavemente seus
cabelos, me deixam sem ar...
Porque deixo para você todo o ar desse mundo.
E seu sorriso... Ah, o sorriso...
Grande e misterioso, tão cheio de si e ao mesmo tempo tão
tímido.
Quando você sorri, forço-me a sorrir contigo, porque me pego pensando
na felicidade que sinto ao ver surgir dois buraquinhos em suas bochechas.
O seu jeito de falar, de se vestir, de rir de coisas que
não consigo entender são tão simples e tão
importantes para mim!
Você é uma Poesia em forma de gente..
Belo e Subjetivo como só a subjetividade poética
pode ser bela.
Menino Grande... e Rapaz Pequenino...
Juntando tudo em um só corpo e me fazendo
suspirar só de pensar...
E me pego pensando nos sonhos e sonhando acordada com o cheiro suave
do seu perfume
Quase como se o cheiro já me pertencesse
Ou me fosse indispensável.
Como acho que é, realmente.
Talvez, depois de todo esse tempo observando e criando
para mim uma fantasia na qual eu guardava você,
eu tenha criado coragem para dizer...
- Samantha...? Tudo bem como você?
Olhando para o lado, ainda absorta, ela percebeu que ele estava ali, bem ali, olhando-a intrigado e com um início de riso no rosto.
- Tive a impressão de que você queria falar comigo - ele disse, sentando-se próximo e passando a mão pelos cabelos molhados - Estava me olhando, mas quando chamei você, parecia não me ouvir.
Ele riu, e o estômago dela revirou.
- Então...? Quer me dizer alguma coisa?
Engolindo seco e pegando rapidamente a mochila, Samantha foi dizendo:
- Na verdade não, eu... Acho que estava apenas pensando. Você estava ali, e eu devo ter parecido olhar para você, mas... Não. Eu tenho que ir. A gente se vê!
E saiu, sabendo que mais alguns minutos perto dele e seu rosto estaria mais vermelho que o que de mais vermelho há nesse mundo.
Enquanto ela andava, os passos largos e os cabelos ao vento, só o que ele pensava era em como gostaria que ela lhe dissesse algo que se assemelhasse ao que ele, há muito, sentia..



2 comentários:

  1. Sua escrita é um dos grandes fatores que mantêm esse blog e meu humor de pé, Bia.
    Continue assim!!

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    1. Oh!
      Mas que lindo!

      Como pode caber tanta coisa em um comentário tão singelo?

      Obrigada! =D

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