Loucura/Lucidez
“Nunca existiu uma grande inteligência sem uma veia de loucura”
Aristóteles
Afinal o que é ser normal?
Há um aparente paradoxo no que tange a conceitos acerca da normalidade.
A loucura ou a lucidez podem ser consideradas como o
que beira ou foge aos padrões de comportamento de uma sociedade. O que em minha
análise é equivocado, já que esse pensamento induz a reflexão de que tudo o que
é comum é normal, além de que só pode ser aplicada a cultura em que se observa.
Desta forma comportamentos atípicos inofensivos, são recriminados, e condutas
hostis e comuns, são bem aceitas.
Comportamentos fora do padrão são taxados de
anormais, mesmo que não atrapalhem a vida alheia, temos hoje o bullying, a
homofobia, a xenofobia... Uma série de “fobias”. Já condutas hediondas são
socialmente aceitas (ou ignoradas), como a agressão às mulheres pelos seus
companheiros, a corrupção (evidenciada pelo “jeitinho brasileiro”), a
banalização de valores e atitudes humanas, dentre outros exemplos.
Somos julgados
pelos rótulos, vistos, no mínimo com um pouco de estranheza se não usamos
roupas/acessórios da moda, se não gostamos de músicas, filmes, livros,
opiniões, religiões, sexualidade, posição, política, cultura, padrões da moda
ou momento em que se vive. Além de que o que é normal em uma cultura pode não
ser para outra. É o que se pode notar, por exemplo, a estranheza que causa a um
brasileiro, entrar em contato pela primeira vez com a cultura hindu, ou índios
antropofágicos.
Assim, indivíduos que fogem aos padrões pré-estabelecidos
são postos à margem da sociedade. É o que se pode notar através de influentes
estudiosos dotados de inteligência ímpar em seu tempo. Quase todos considerados
no mínimo atípicos, loucos, simplesmente por fugirem do padrão. Um bom exemplo
a ser citado, já na Grécia antiga: Sócrates, que “atormentava” pessoas pelas
ruas, fazendo questionamentos que colocavam em dúvida todo o conhecimento que
elas julgavam ter sobre o mundo. Este comportamento custou-lhe a vida, sendo
obrigado a suicidar-se tomando um cálice de cicuta. Há uma infinidade de
exemplos de pessoas que sofreram por sua atipicidade, mesmo que extremamente
lúcidas.
No meu entendimento, o significado de normalidade
ultrapassa o que é comum...
Quem é tão são para diagnosticar a loucura? O que é
o anormal para quem julgamos louco? Deve-se adotar um comportamento somente
porque é considerado normal? Deve-se seguir um padrão? Que tal repensar sobre o
assunto...Opine!
Concordo com o que disse. A sociedade considera a loucura de um modo que torna todos nós um pouco loucos, quando na verdade são apenas diferenças de pensamentos ou atitudes. Para mim louco é aquele que diz não ter nenhuma parcela de loucura, ou seja, é uma pessoa moldada, que teve sua natureza modificada pela sociedade para atender às necessidades da mesma.
ResponderExcluirÓtimo texto.
Obrigada, é justamente este tipo de reflexão que quis provocar, afinal quem é o louco de se denominar normal?
Excluir"O ser humano nasce puro, a sociedade que o corrompe." Jean Jacques Rosseau (não me canso de usar essa frase.
ResponderExcluirBasicamente, o homem vê determinada coisa como certa ou errada dependendo da forma que sua sociedade vê tal coisa, por fazer parte de um todo. Por isso certas ações transformam-se em paradigmas/clichês, já que foi estipulado padrão à sociedade.
Adorei o seu modo de opinar, e é essa a intenção do blog: Ter uma opinião própria e coragem/vontade para expressá-la.
Bem vinda ao todo!
Obrigada. Estou aberta a críticas e sugestões.
ExcluirJá fiz minha crítica particular ao autor, agora vou fazer a pública: ficou foda!
ResponderExcluirPra quem do assunto eu recomendo "O Alienista" de Machado de Assis. (=
Pra que gostou* do assunto, rs.
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