Eu esmaguei uma formiga, linda e louca formiga.
Em sua dor ela agoniza pela eternidade.
Não avistei-a ali, já que estava demasiado distraído com meus míseros problemas.
Se eu ao menos tivesse o cuidado de observar onde pisava ela poderia estar vivendo normalmente.
Na verdade, não pisei em forma alguma, eu esmaguei algo muito maior.
Se eu ao menos tivesse tomado o cuidado de saber onde você estava com a cabeça, de não pisar em nenhuma ferida sua, ainda poderíamos estar compartilhando aqueles momentos.
Mas, como sempre, eu estava ocupado demais, distraído demais.
Eu sufoquei, esmaguei um amor, e por isso agonizarei em dores de culpa pela eternidade.
Eu sinto muito. Por mim. Por nós.
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Imagem: http://wwwdeprofundis.blogspot.com.br/2012_10_01_archive.html |
Por Rafael Mota
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