Por: Rafael Mota
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Sou de tempo algum... |
Sinto saudades das armas brancas,
Do tempo em que brincávamos de ser especiais,
De quando gritávamos pelas rues longues
Unidos por uma só frase.
Sinto saudades dos reis e rainhas,
Do tempo em que galopávamos ao vento,
Nos largos campos cheirando a mato fresco e orvalho,
Unidos por um sentimento.
Sinto saudades dos tempos modernos,
Do tempo em que tínhamos voz ao ficarmos em silêncio,
De quando as ruas eram pequenas
Unidas por uma só sede.
Sinto saudades da abundância de tecido, das tintas em corpos
dançantes,
Do tempo em que as roupas não nos usavam, da nudez
De quando cantávamos ao fogo
Unidos por uma só crença.
Sinto saudades daquela prisão,
Do tempo em que nos humilhavam enquanto sorríamos de chorar,
De quando nos espremiam
Unidos por apenas ser.
Sinto saudades daquelas montanhas,
Do tempo de cavalos magros e mulas,
De quando heróis coexistiam
Unidos por um ideal.
Sinto saudades da terra dos grandes dragões,
Do tempo em que ser natural era inteligente,
De quando não havia a gente
Unindo pedras para destruir.
Sinto saudades da antiga escravidão,
Do tempo em que os escravos ao menos sabiam ser,
De quando a vida do senhor era um preço justo
Pela união dos oprimidos.
Sinto saudades dos velhos deuses,
Do tempo em que estes representavam tudo o que há de bom,
De quando não nos aprisionavam em representações e
promessas,
E de quando se uniam em harmonia.
Sinto saudades da grande explosão,
De certa forma nostalgia e admiração,
E de tudo que sinto saudades,
Anseio que volte ao uno.
Sinto saudades de hoje e de ontem,
Não mais do amanhã,
E de tudo o que eu almejava
A poeira se espalhando nem sequer pousou.
Sinto pena de mim e do mundo,
Enfermos com a mesma doença,
Porém eu só tenho os sintomas
E a cura, infelizmente, ele não há de encontrar tão cedo.
Sinto saudades do vazio,
Do tempo e do espaço,
E de não me sentir perdido neles,
Pois sequer me sentem, pois sequer sinto.
Sinto-me aqui
E ao mesmo tempo antes.
Tenho saudades da certeza
De que não pertenço ao amanhã.
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...sou de lugar nenhum! |
Sinto saudades de quando eu tinha opiniao formada
ResponderExcluirQuando ficava extasiada
E conseguia dizer
O quanto tive prazer
Em ler seu maravilhoso poema.
=$ show...
Sinto saudades de tempos futuros
ResponderExcluirDo tempo em que eu (não) nos conhecemos
De quando nos comunicávamos por telepatia
Para dizer MUITO OBRIGADO! (=
não er pra ter esse "eu" aí, rs.
Excluir
ResponderExcluir<3
Sinto saudades da energia das pessoas
ResponderExcluirque foi deixada para trás
esquecida ao relento da estrada da vida
dando lugar ao conformismo
se entregando à opressão.
Mas hoje sinto orgulho
Orgulho de ver que alguém saiu desse lugar
Conseguiu pegar de volta esta energia
E transpassar tudo em um lindo poema.
Que lindo,jeff... acho que este poema nao so demonstra um talento enorme do autor,mas tambem nos proporciona a possibilidade de respodermos a altura.
Excluir(Ps: a gramatica quando se escreve por um celular deve ser completamente ignorada,caso se queira escrever com certa rapidez. Perdoem-me...)
Sinto saudade de tudo isso,
ResponderExcluirDe tudo um todo,
Me sinto uma construção que nunca chegará ao fim, felizmente.
Tenho vários construtores e pilares
Um dos maiores deles
Hoje chamo de irmão.
É cara, algumas velhas coisas ficam pra trás... outras não, e tudo isso pode mudar, ainda bem. Obrigado pelo elogio ao poema. (=
A amizade de vcs eh inspiracao para inumeros poemas...
Excluireh disso que se precisa,as vezes... =]