24 de fevereiro de 2015

Era manhã


Mais uma vez.
Sento na velha poltrona, vento batendo num rosto marcado e molhado de sal.
Cabelos secos, andantes e opacos, repleto de histórias.
Emaranhado de fatos.

Penso... Sem querer pensar.
Peno... Um penar individual e sem escolha.

Arrisco alguns versos, riscados na pele, habitando meu sangue e mostrados na carne.

Riscos. Arranhões. Desconhecidos formatos abstratos, de momentos concretos e, ainda assim, um pouco desconhecidos.

Bate o peito, fortemente. Mente forte e juvenil. Ligados por um fio invisível, destoante das veias, por onde passa um fluxo constante de sentimentos e ideias totalmente desconexos e complementares.

A porta bate. Não há ninguém.
Poderia haver um amor, uma notícia de última hora ou o carteiro.
Mas é apenas o vento.
O mesmo que bate no rosto e faz lembrar que vivo.

Aqui.


Por Bia de SouZa

2 comentários:

  1. Ah! Esse vento tem me acompanhado...

    Muito bem escrito o texto. Gostei bastante!

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  2. :)

    Obrigada!

    Esse vento costuma ser meio insistente, às vezes. Refresca e corta, corta e refresca.

    Mas a janela fica aberta...

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