28 de janeiro de 2015

:D



Me pego pensando em pleno verão
Em como sorrir é algo tão nobre
Sorriso quente, com cores bem fortes
Riqueza gratuita e sem contra-indicação

Sorrir sem motivo, sem eira nem beira
Deixar que os olhos se façam brilhar
Sorrir com motivo, pura brincadeira
Sentindo a pele se acalorar

O tempo: calor,  minh'alma: vermelha
Bronzeio meu Templo de Salomão
Tão forte respiro, meu corpo arqueja
Gargalho sem medo, com satisfação

Em versos inspiro, reverso me faço
Inverso me sinto, e verso em compasso
Sorrio portanto, por pura vontade
Só rio sentindo essa felicidade!

https://tempestadideias.files.wordpress.com/2013/08/sorriso-mundo-fortuna.jpg



Por Bia de SouZa

26 de janeiro de 2015

48 horas

Caberia conversas sobre Deus e o mundo
Num abraço fundir dois irmãos vagabundos
Caberia poemas sem caneta ou papel
E corpos errantes escalando Babel

Caberia dez anos de conversa estendida
Que fariam um dia parecer uma vida
Caberia o acaso apontando um sinal
Do perfeito equilíbrio entre o bem e o mal

Caberia a certeza da nossa ignorância
Ao lembrar de quem éramos quando criança
E conhecer novamente uma mesma pessoa
Que irradie na boca energia tão boa

Caberia sair por aí sem destino
Temendo o escuro feito dois meninos
Perceber que um lado não é só emoção
E que a outra metade finge ser pura razão

Transbordaria sorrisos de milhão de milhas
Mostrando que somos mais do que ilhas
Pios construindo pontes em pilares profundos
Se obtém solidez pra transformar o mundo

Afinal, quanta vida cabe em dois dias
Em dois alicerces, dois guias?
Afinal, quanta vida se gasta vivendo
E quanta morte se evita aprendendo?

Positivismo

Ah, se eu pudesse nadar no vento!
Saborear o céu e as nuvens
Alcançar a linha do horizonte
Viver cem anos num momento

Ah, se eu fizesse chover magia!
Pra fazer do meu corpo um laço
Apertar o mundo num abraço
E só haver choro de alegria

E se as árvores começassem a sorrir
Cada vez que uma gota caísse
E se a chuva secasse a fome
De quem mal consegue dormir

Ah, se eu soubesse fazer um poema
Que sanasse qualquer problema
Para criar um mundo perfeito
Daqueles cheios de defeitos
Pra que a realidade não sufoque
Os sonhos que pulsam no peito


23 de janeiro de 2015

Eu sou reggae
Ela é rock
Puro soul
De sua batida pop

Vou dançar
Vou dançar comigo
Te puxo, te solto
Te rodopio

Bailar no seu compasso
Sapatear, pular e agachar
Me perder nos seus passos
Sem saber se quero me achar


http://vuelistas.com/blog/wp-content/uploads/2013/06/Captura-de-Tela-2013-06-12-%C3%A0s-10.50.34.png



Por Jéfferson Veloso

22 de janeiro de 2015

Pop!



De tantas coisas que eu poderia dizer
Tantas das quais eu não quis mais sentir
Das muitas que tive e que deixei
Ou tantas nas quais me perdi

A mais doce delas permaneceu
Com um toque de fruta cítrica
Das que mais simples me excita
Perfume de um sonho meu


Imagem: rosapoesiaemflor.blogspot.com
Palavras me faltam
Ainda que as escreva 
Mas não há o que descreva
Sensação tal qual me toca

Sinto os aromas que me abraçam
Os beijos que tivera
Suspiros, primavera
Pulam sorrisos... pipoca!





Por Bia de SouZa

5 de janeiro de 2015

Flash


Sento-me no sopé da encosta, obscurecido pela luz ainda opaca do amanhecer, e fico em silêncio.

Sinto saudades.

Minha mente rebobina os últimos mil e poucos dias, numa velocidade anormalmente lenta, e percebo-me apertando o peito, numa tentativa tola de abri-lo e respirar.

Lembro-me de sorrir aquele sorriso sem motivos, apenas pesando em como o seu próprio sorriso me fazia bem. Sorrir ao me pegar pensando em quantas e quantas vezes fiquei com cara de boba ao falar das suas conquistas, do seu jeito de ser e desse seu sorriso grande.

Sentar ao seu lado, num dia de domingo, e sentir que nada, nem mesmo o tempo, precisava sair do lugar. Domingos eram bons, pois o bucolismo se transformava em eternidade, pelo simples fato de estarmos ali.

E de repente, éramos palhaços! Vestidos como dois malucos, perdidos no espaço de um lar pequeno, encontrando nas pequenas coisas as maiores felicidades. Gargalhávamos com uma simples frase, ou mesmo um olhar sem falas, e eu tinha certeza de que a eternidade poderia ser muito boa.

Faz falta até mesmo as pequenas inconsistências, os desencontros e as discordâncias. Nunca fomos iguais, e me sentia completa com essa dualidade que me opunha e, ao mesmo tempo, evoluía.

Toquei de leve meus dedos das mãos e senti-os vazios, sem as suas mãos entrelaçando-os. Não costumávamos dar as mãos, como um casal apaixonado, mas nos momentos mais inesperados, era naquele gesto inconsciente que sentíamos a confiança, o apoio e a reciprocidade.

Uma luz amarela inundou meus olhos, e o sol esquentou minhas costas. Senti minha pele mudar de temperatura, enquanto meu coração aos poucos se ritmava de uma nova forma, acompanhando o raiar da estrela.

Sinto saudades daquilo que tive.
Saudades do meu futuro.




Ouvi um barulho a uns pés de distância. Levantei-me e fui checar.
Não era você.



Por Bia de SouZa
Imagem: http://downloads.open4group.com/wallpapers/sol-noturno-8a975.jpg