25 de julho de 2014

Veias Abertas



O mundo não se acaba
É panela sem tampa
Horizonte infinito
Que atrai olhares sonhadores
De pernas tão curtas
Como uma mentira mal contada
Mas de sedentos olhos alados

O vento aponta a direção
Nuvens cantam e me encantam
Já não sinto o calor do chão
O chão sou eu, onipresente
Na vibração do pneu
Na turbulência do avião
Na maresia em alto mar
Me misturo
E me enjôo quando paro
Sem o vento na cara
Sem destino
Ao sabor do acaso

Me soltar é me prender
A esse maravilhoso caos
O qual nunca desvendarei por completo
Bem como nunca desistirei de tentar
Pois conhecendo o ar que respiro
Sinto melhor o pulmão que inspira
Conhecendo o mar que navego
Posso construir um barco melhor
Conhecendo essas veias abertas
Posso consertar o que salta no peito
O motor que tira meus pés do chão
Por amor

2 comentários:

  1. "O motor que tira meus pés do chão
    Por amor."
    *=*
    E esse motor? Funciona?

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  2. Tô sempre calibrando as engrenagens*, sabe. O combustível é renovável, basta ter alguém do lado.

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