20 de maio de 2014

Ping Pong


Dói.
Vê-lo sorrir lá
E seriar-se aqui.
Vê-lo expontanear-se lá
E timidecer-se aqui.
Vê-lo apaixonar-se lá
E duvidar aqui.
Vê-lo divertir-se lá
E emudecer-se aqui.
Vê-lo beijá(r)-la
E não dizer-(me).
Vê-lo overdosar-se lá
E cair aqui.
Dói.
Perder-me lá
E amar aqui.



Por Bia de SouZa

18 de maio de 2014

Alfredo


Dizem que anjos se transformam
Animando-nos com latidos e abanos de rabos
De dia, brincam de bola
De noite, pulam em nossa cama
A cada dia nos poem sorrisos no rosto, nos olhos e na alma
Mas chega um dia em que sua missão acaba
E, por motivos inexplicáveis, fazem a viagem de volta
Tornando-se anjos uma vez mais
Mas antes da partida, sabem da nossa tristeza
E preparam um novo anjo, para nos fazerem felizes
E chegada hora, partem serenos
Para um céu terno
Com a certeza de deixarem, aqui, mais um protetor
A latir.

Para Alfredo, o anjo que partiu.
Para Thor, o anjo que ficou.
E para Biscoito, o anjo que chegou.





Por Bia de SouZa

12 de maio de 2014

1 ou outro



Penso estar sofrendo de angústia.
Uma sensação de não saber, de não estar e nem querer.
Penso sofrer de um mal estranho, um sei lá o quê, uma dor que não se sente.
Uma mistura de completude e vazio, solidão e companhia, preguiça e exaustão.

Penso estar sofrendo de um mal.
Mas não sinto sofrimento.
Nem mal a isto considero.
Num vai e vem de uma maré vermelha,
Enjoo fácil de uma desensação difícil.

Como quem pula na água sem salva-vidas,
Afogo-me num jorro de desconhecido.


Por Bia de SouZa
Imagem: http://andreiaborba.blogspot.com.br/2010_07_01_archive.html